domingo, 20 de janeiro de 2008

DA DESCIDA À CORRUPÇÃO

- "E aconteceu que, como os homens começaram a se
multiplicar sobre a face da Terra e lhes nasceram filhas; viram
os Filhos de Deus que as filhas dos homens eram formosas;
e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram."
(Gn, 6:1-2)
Isto quer dizer que os degredados - aqui mencionados
como Filhos de Deus - encarnando no seio de habitantes
selvagens do planeta, não levaram em conta as melhores
possibilidades que possuíam, como conhecedores de uma vida
mais perfeita e, ao desposarem as mulheres primitivas, adotaram
seus costumes desregrados e deixaram-se dominar pelos
impulsos inferiores que lhes eram naturais.
Chegaram numa época em que as raças primitivas viviam
mergulhadas nos instintos animalizados da carne e, sem se
guardarem, afundaram na impureza, não resistindo ao império
das leis naturais que se cumpriam irrevogavelmente como
sempre sucede.
Já vimos que a encarnação dos capelinos se deu, em sua
primeira fase e mais profundamente entre os Rutas, habitantes
da Lemúria e demais regiões do Oriente, povos estes que
apresentavam elevada estatura, cor escura, porte simiesco e
mentalidade rudimentar.
Esses detalhes, mormente a compleição fisica, ficaram
também assinalados na Gênese.

- "Havia naqueles dias gigantes na Terra; e também depois, quando os
Filhos de Deus tiveram comércio com as filhas dos homens e delas geraram
filhos." 25 (Gn, 6:4)

Este trecho da narrativa bíblica tem sido comentado por vários autores
com fundo interesse, servindo mesmo a divagações de literatura
fantasiosa que afirma ter havido naquela época um estranho conúbio entre
seres celestes e terrestres, de cujo contato carnal nasceram gigantes e
monstros.

Porém, como se vê, não se deu, nem teve o fato nenhum aspecto
sobrenatural, pois gigantes haviam, conforme o próprio texto esclarece,
tanto antes como depois que os capelinos -Filhos de Deus-encarnaram; nem
podia ser de outra forma, considerando-se que eles encarnaram em tipos
humanos já existentes, com as características biológicas que na época
lhes eram próprias.

E é sabido que os tipos primitivos, de homens e animais, eram
agigantados em relação aos tipos atuais.

Nada há que estranhar, porque nos tempos primitivos tudo era gigantesco:
as plantas, os animais, os homens. Estes, principalmente, tinham que se
adaptar ao meio agreste e hostil em que viviam e se defender das feras
existentes e da inclemência da própria Natureza; por isso, deviam
possuir estatura e força fora do comum.

Os Lemurianos e os Atlantes tinham estatura elevada e os homens do
Cro-Magnon, que já estudamos, a julgar pelos esqueletos encontrados numa
caverna perto do povoado do mesmo nome, na França, possuíam, em média,
1,83 m, ombros muito largos e braços muito curtos e fortes, bem menores
que as pernas, o que prova serem já bem distanciados dos símios.
***
25 Nephelim é o termo hebraico que os designa.

As construções pré-históricas, como os dólmens, menires, pirâmides etc.
eram de dimensões e peso verdadeiramente extraordinários, e somente
homens de muita desenvoltura física poderiam realizá-las e utilizá-las
porque, na realidade, eram túmulos gigantescos para homens gigantescos,
que ainda se encontram em várias partes do mundo e em todas as partes
têm, mesmo, o nome de "túmulos de gigantes".

Mas sigamos a narrativa bíblica no ponto em que ela se refere a essa
mistura de raças de orbes diferentes:

-"Então, disse o Senhor, não contenderá o meu espírito para sempre com o
homem; porque ele é carne; porém, os seus dias serão cento e vinte
anos." (Gn, 6:3)

Isso nos leva a compreender que a fusão então estabelecida, o cruzamento
verificado, foi tolerado pelo Senhor, sem embargo dos fatores de
imoralidade que prevaleciam e isso porque os exilados, conquanto fossem
espíritos mais evoluídos em relação aos habitantes terrestres, vindo
agora habitar esse mundo primitivo onde as paixões, como já dissemos,
imperavam livremente, não resistiram à tentação e se submeteram às
condições ambientes; isso, aliás, não admira e era mesmo natural que
acontecesse, não só pelo grande império que a carne exerce sobre o homem
nos mundos inferiores, como também pelo fato de os exilados terem sido
expulsos da Capela justamente por serem propensos ao mal, falíveis na
moralidade.

Entretanto, mesmo tolerando, a justiça divina lhes criava limitações,
restrições; as leis para eles inexoravelmente se

cumpririam, fazendo com que colhessem os frutos dos próprios atos; suas
vidas seriam mais curtas; seus corpos fisicos definhariam, como
quaisquer outros que abusem das paixões, e seriam pasto de moléstias
dizimadoras.

Veja-se na própria Bíblia que para as primeiras gerações de homens após
Seth (tempo da descida) e até Noé (dilúvio asiático) considerável é o
número de anos atribuídos à existência humana, enquanto a delimitação de
cento e vinte anos estabelecida para os descendentes dos homens da
corrupção representa uma diminuição considerável, de quase dois terços.

Isso do ponto de vista físico, porque, quanto à moral, as conseqüências
foram tremendas e lamentáveis: com o correr do tempo uma corrupção geral
se alastrou e generalizou-se de tal forma que provocou punições
imediatas.

É quando a narrativa bíblica diz:

- "E viu o Senhor que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e
que toda a imaginação dos pensamentos do seu coração era má
continuamente." (Gn, 6:5) E mais adiante:

- "A terra estava corrompida diante da face do Senhor; encheu-se a terra
de violência, porque toda a carne havia corrompido o seu caminho sobre a
terra." (Gn, 6:11-12)

E, então, havendo se esgotado a tolerância divina, segundo as leis
universais da justiça, sobrevieram as medidas reparadoras, para que a
Terra fosse purificada e os espíritos culposos recolhessem, em suas
próprias consciências, os dolorosos frutos de seus desvarios.

Assim, pois, a experiência punitiva dos capelinos, do ponto de vista
moral, malograra, porque eles, ao invés de sanear o ambiente planetário,
elevando-o a níveis mais altos, de acordo com o maior entendimento
espiritual que possuíam, ao
contrário, concorreram para generalizar as paixões inferiores, saturando
o mundo de maldade e com a agravante de arrastarem na corrupção os
infelizes habitantes primitivos, ingênuos e ignorantes, cuja tutela e
aperfeiçoamento lhes couberam como tarefa redentora.