domingo, 20 de janeiro de 2008

OS EXPURGOS REPARADORES

Em conseqüência, o vasto continente da Lemúria, núcleo central da
Terceira Raça, afundou-se nas águas, levando para o fundo dos abismos
milhões de seres rudes, vingativos, egoístas e animalizados.

Este continente, chamado na literatura indiana, antiga Shahnali Dvipa,
compreendia o sul da África, Madagáscar, Ceilão, Sumatra, Oceano Índico,
Austrália, Nova Zelândia e Polinésia, foi a primeira terra habitada pelo
homem.

Sua atmosfera era ainda muito densa, e a crosta pouco sólida em alguns
pontos. Segundo algumas tradições, o homem lemuriano ainda não possuía o
sentido da visão como o possuímos hoje: havia nas órbitas somente duas
manchas sensíveis, que eram afetadas pela luz, porém sua percepção
interna, como é natural, era bastante desenvolvida.

Os lemurianos da Terceira Raça-Mãe eram homens que apenas iniciavam a
vida em corpo físico neste planeta; não possuíam conhecimento algum
sobre a vida material, pois utilizaram corpos etéreos nos planos
espirituais donde provinham, com os quais estavam familiarizados. Desta
forma, suas preocupações eram todas dirigidas para esta nova condição
de vida, desconhecida e altamente objetiva.

Em suas escolas primárias os Instrutores desencarnados que os
orientavam, se referiam às forças cósmicas que regem o Globo e
fortemente os cativavam e surpreendiam, por serem forças de um astro
ainda em fase de consolidação e

cuja vida, portanto, era inóspita, perigosa; ensinavam, também, sobre
fatos referentes à natureza física, às artes e ao desenvolvimento da
vontade, da imaginação, da memória, por serem faculdades que
desconheciam.

A maior parte da população vivia em condições primitivas, análogas às
dos animais, e as formas físicas que acabavam de incorporar, facilmente
degeneraram para a selvageria, muito mais rude e impiedosa que esta que
ainda hoje presenciamos aqui na Terra junto às tribos primitivas de
algumas regiões da Ásia, da Austrália e das ilhas do Pacífico Sul.

A Lemúria desapareceu 700 mil anos antes do alvorecer da Idade
Terciária.

Sua existência, como muitas outras coisas reais, tem sido contestada e
não é admitida pela ciência oficial, porém, ao mesmo tempo, essa ciência
considera um mistério a existência de aborígines na Austrália, a imensa
ilha ao sul do Oceano Índico, tão afastada de qualquer continente. Esses
aborígines são até hoje inassimiláveis ante a civilização, extremamente
primitivos e de cor escura como os próprios seres que habitavam a antiga
Lemúria.

O território da Austrália apresenta aspectos e condições que a Terra
teria tido em idades remotas, e os próprios animais são ainda
semelhantes aos que viveram naqueles tempos.

Mas, assim como sucede em relação à Atlântida, a ciência, aos poucos,
vai-se aproximando dos fatos e aceitando as revelações e as tradições do
mundo espiritual, sobre as quais nenhuma dúvida deve persistir a
respeito destes fatos.

Com este cataclismo grandes alterações se produziram na crosta terrestre

1) completou-se o levantamento da Ásia;

2) as águas existentes a oeste desse continente refluíram para o norte e
para o sul e em seu lugar se suspenderam novas terras formando:

a) A Europa

b) A Ásia Menor

c) A África em sua parte superior.

Ao centro e norte desta ultima região, formou-se um imenso lago que os
antigos denominaram "Tritônio", que, mais tarde, como veremos adiante,
foi substituído por desertos.

Desse cataclismo, todavia, milhares de Rutas se salvaram, ganhando as
partes altas das montanhas que ficaram sobre as águas e passaram, então,
a formar inumeráveis ilhas no Oceano Índico e no Pacífico, as quais
ainda hoje permanecem, como também atingiram as costas meridionais da
Ásia, que se levantaram das águas, e cujo território se lhes abria à
frente, acolhedoramente, como também sucedeu em relação à atual
Austrália.

Nessas novas regiões os sobreviventes se estabeleceram e se reproduziram
formando povos semi-selvagens que, mais tarde, com o suceder dos tempos,
foram dominados pelos Árias - os homens da Quinta Raça- quando estes
invadiram a Pérsia e a índia, vindos do Ocidente.

Os descendentes desses sobreviventes Rutas, mais tarde, na índia, no
regime de castas instituído pelo Bramanismo,

constituíram a classe dos "Sudras" - os nascidos dos pés de Brama-parte
dos quais veio a formar a casta desprezada dos párias, ainda hoje
existente.

Outra leva de sobreviventes desse cataclismo ganhou as costas
norte-africanas, emergidas das águas, passando aí a constituir vários
povos, negros de pele luzidia, também até hoje existentes.

Após esses tremendos e dolorosos acontecimentos, os Prepostos do Senhor
ultimaram novas experiências de cruzamentos humanos no Oriente, a fim de
estabelecer novos tipos de transição para a formação de raças mais
aperfeiçoadas, utilizando-se de novas gerações de emigrados que
continuaram a encarnar nessas regiões.

Como diz Emmanuel:

- "Com o auxílio desses espíritos degredados naquelas eras remotíssimas,
as falanges do Cristo operavam ainda as últimas experiências sobre os
fluidos renovadores da vida, aperfeiçoando os caracteres biológicos das
raças humanas." 26 Formaram-se, assim, no planalto do Pamir, no
centro da Ásia, os núcleos desses novos tipos que, em seguida, foram
sendo impelidos para o sul, descendo através da Pérsia, da Caldéia e
Palestina, de onde alcançaram em seguida o Egito; e por todos estes
lugares foram estabelecendo bases avançadas de novas civilizações e
novas raças humanas.

Sobre eles, diziam que eram deuses as inscrições cuneiformes babilônicas
já citadas pois, realmente, em relação aos demais tipos existentes,
mereciam tal designação.
***
26 A Caminho da Luz, cap. 111. (Nota da Editora)

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