domingo, 20 de janeiro de 2008

O DILÚVIO BÍBLICO

Relatados, assim, os dois cataclismos anteriores e os acontecimentos que
se lhes seguiram até o estabelecimento dos Árias nas índias, resta-nos
agora descrever o dilúvio asiático - que é aquele a que a Gênese se
refere - que foi o último ato do grande expurgo saneador da Terra,
naquelas épocas heróicas que estamos descrevendo.

Eis como Moisés relata o pavoroso evento:

"E esteve o dilúvio quarenta dias sobre a Terra; e todos os altos montes
que haviam debaixo de todo o céu foram cobertos. E expirou toda a carne
que se movia sobre a terra... Tudo que tinha fôlego de espírito de vida
sobre a terra, tudo o que havia no seco, morreu...

E ficou somente Noé e os que estavam com ele na Arca." (Gn, 7:17-23)
***
33 Para o autor, o conceito destas raças compreende os grandes ciclos
evolutivos pelos quais a humanidade planetária evoluiu, do ponto de
vista de progressos espirituais, que, como repete várias vezes, é o
aspecto em destaque nesta obra.

Os remanescentes históricos e etnográficos da Terceira e Quarta Raças
podem ser encontrados em várias regiões isoladas da América, África,
Austrália, etc.

Cremos prudente alertar o leitor que, do ponto de vista espiritual,
atualmente, toda a humanidade pertence à Quinta Raça, ressalvados os
povos "em via de desaparecimento" citados pelo autor. (Nota da Editora)

E agora a narração sumério-babilônica feita por Zisuthrus, rei da Décima
Dinastia, considerado o Noé caldaico:

-"O Senhordo impenetrável abismo, anunciou a vontade dos deuses,
dizendo: Homem de Sutripak, faz um grande navio e acaba-o logo; eu
destruirei toda a semente da vida com um dilúvio."

E prossegue o narrador:

-"Quando Xamas veio, no tempo pré-fixado, então, uma
voz celestial bradou: à noite farei chover copiosamente; entra no navio
e fecha a porta...

Quando o sol desapareceu, fui preso do terror: entrei e fechei a
porta...

Durante seis dias e seis noites o vento soprou e as águas do dilúvio
submergiram a terra.

Cheio de dor contemplei então o mar; a humanidade em lodo se convertera
e, como caniços, os cadáveres boiavam."

Diz a tradição egípcia:

- "Houve grandes destruições de homens, causadas pelas águas.

Os deuses, querendo expurgar a terra, submergiram-na."

E a tradição persa acrescenta:

- "A luz do Ised da chuva brilhou na água durante trinta dias e trinta
noites; e ele mandou chuva sobre cada corpo por espaço de dez dias.

A terra foi coberta de água até a altura de um homem. Depois toda aquela
água foi outra vez encerrada."

E os códigos esotéricos hindus narram o seguinte:

- "O dia de Brama não estava ainda terminado, quando se levantou a
cólera do Varão Celeste, dizendo:

Por que, transformando minha substância criei o éter, transformando o
éter criei o ar, transformando a luz criei a água, e transformando a
água criei a matéria?

Por que projetei na matéria o germe universal do qual saíram todas as
criaturas animadas?

E eis que os animais se devoram entre si; que o homem luta contra seu
irmão, desconhece minha presença e outra coisa não faz que destruir
minha obra; que por toda parte o mal triunfa do bem.

Sem atender à eclosão das idades estenderei a noite sobre o universo e
reentrarei no meu repouso.

Farei reentrarem as criaturas na matéria, a matéria na água, a água na
luz, a luz no ar, o ar no éter e este na minha própria substância.

A água, da qual saíram as criaturas animadas, destruirá as criaturas
animadas."

Mas continua a narração:

-"Vishnu, ouvindo estas palavras, dirigiu-se a Brama e pediu-lhe que lhe
permitisse a ele mesmo intervir pessoalmente para que os homens não
fossem todos destruídos e pudessem se tornar melhores futuramente.

Obtida a concessão, Vishnu ordena ao santo varão Vaiswasvata que
construa um grande navio, entre nele com sua família e outros espécimes
de seres vivos, para que assim possa ser preservada na terra a semente
da vida.

Assim que isso foi feito desabou a chuva, os mares transbordaram e
aterra inteira desapareceu sob as águas."

E continuando, encontramos entre os tibetanos a mesma recordação
histórica de um dilúvio havido em tempos remotos, o mesmo sucedendo com
os tártaros, cujas tradições dizem que:

-"Uma voz tinha anunciado o dilúvio.

Rebentou a trovoada e as águas, caindo sempre dos céus, arrastaram
imundícies para o oceano, purificando a morada dos homens."

E finalmente o acontecimento é contado pelos chineses da seguinte forma:

-"Quando a grande inundação se elevou até o céu, cercou as montanhas,
cobriu todos os altos e os povos, perturbados, pereceram nas águas."

Por estes relatos diferentes se verifica que todos os povos do Oriente
conheciam o fato e se referiam a um dilúvio ocorrido nessa vasta região
que vai das bordas do Mediterrâneo, na Ásia Menor, ao centro norte do
continente asiático.

Em alguns desses relatos as semelhanças são flagrantes e dão a entender
que, ou o conhecimento veio, promanando de uma mesma fonte informativa,
ou realmente ocorreu, atingindo toda essa região e deixando na
consciência coletiva dos diferentes povos que a habitavam a recordação
histórica, para logo ser transformada em tradição religiosa.

Por outro lado, há vários contestadores da veracidade do acontecimento,
que se valem de diferentes argumentos, entre os quais este: de que
chuvas, por mais copiosas e prolongadas que fossem, não bastariam para
inundar a terra em tão extensa

proporção, cobrindo "altos montes", como diz Moisés, ou "elevando-se até
o céu", como diz a tradição chinesa. Atenta-se, porém, para o fato de
que o estilo oriental de narrativas é sempre hiperbólico; como também
note-se que os testemunhos de alguns outros povos, como, por exemplo, o
persa, não vão tão longe em tais detalhes, e os egípcios, que estão
situados tão próximos da Palestina, são ainda mais discretos afirmando
unicamente que a terra foi submergida. Atentando para as narrativas
hebraica, hindu, e sumério-babilônica, partes das quais acabamos de
transcrever, verifica-se que em todas, entre outras semelhanças, existe a
mesma notícia de uma família que se salva das águas, enquanto todos os
demais seres perecem.

Julgamos quase desnecessário esclarecer que essas famílias representam a
parte melhor da população que se salvou; o conjunto de indivíduos,
moralmente mais evoluídos ou moralmente menos degenerados, que a
Providência divina preservou do aniquilamento, para que os frutos do
trabalho comum, o produto da civilização até aí atingida, não fossem
destruídos e pudessem se transmitir às gerações vindouras.

Assim também sucedeu, como já vimos, nos cataclismos anteriores, da
Lemúria e da Atlântida e assim sucede invariavelmente todas as vezes que
ocorrem expurgos saneadores do ambiente espiritual planetário, a grande
massa pecadora é retirada e somente um pequeno número selecionado
sobrevive.

Justamente como disse o Divino Mestre na sua pregação: "São muitos os
chamados, poucos os escolhidos." (Mt, 20:16)

No que se refere às controvérsias já citadas, nada mais

temos a dizer senão que a circunstância de estar o acontecimento do
dilúvio registrado nos arquivos históricos de todos os povos referidos
basta para provar sua autenticidade, como também para excluir a
hipótese, adotada por alguns historiadores, de que essas narrativas se
referem ao dilúvio universal, ou a algum dos períodos glaciários a que
atrás nos referimos.

O dilúvio narrado na Bíblia representa a invasão da bacia do
Mediterrâneo pelas águas do oceano Atlântico, quando se rompeu o istmo
de Gibraltar com o afundamento da Pequena Atlântida e seu cortejo de
distúrbios meteorológicos.

Com a descrição do dilúvio asiático e de acordo com a divisão que
adotamos para a história do mundo, como consta do capítulo III, aqui
fica encerrado o Primeiro Ciclo, o mais longo e difícil para a evolução
planetária, que abrange um período de mais de meio bilhão de anos.

Um comentário:

Unidade Mogno disse...

bom dia sou estudante de teoliga e estou fazendo meu trabalho tcc sobre as lendas do diluvio fora da Biblia
em seu artigo vc coloca muitas historias sonbre de povos diferentes.
voce teria como conseguir a bibliografia delas?
des de ja muito grato....
marcos
meu email e marcosroncon@hotmail,com